quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Náufragos





" Podiam chover bombas lá fora. O céu podia mudar de cor, cair de repente. O mar tornar-se venenoso. O que eles queriam era as palavras um do outro. As palavras e os suspiros e os ruídos e tudo mais que um corpo amado produz sobre esta terra, debaixo deste céu. Ficavam horas agarrados ao telefone como náufragos. Diziam frases incompletas que só eles entendiam e adivinhavam. Por vezes deixavam-se ficar em silêncio, porque no silêncio pareciam encontrar-se mais de perto. "
 Pedro Paixão, in Quase gosto da vida que tenho

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