domingo, 19 de maio de 2013

"A Tua Mão"



«Tiro a mão que me esconde o triângulo,                        
e ela resiste à mão que a desvia; mas
procuro acertar no seu ângulo, e entre-
ver a fresta por onde o amor corria.

Beijo essa mão e ela abre o caminho                                          
para onde me encontro e me perco,
bebendo desse cálice o puro vinho
que me liberta sem sair do cerco.

Amo a tua mão que me guia e prende,
a doce mão de tão finos dedos
a que o meu desejo se rende;

e ao procurá-la, sabendo o que me faz,
deixo que me ensine os seus segredos,
e guardo-a na minha, quando ma dás.»

i
in o Estado dos Campos  de Nuno Júdice, o grande vencedor da XXII Edição do Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana!

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